Andava eu pela net quando descobri esta notícia.
Penso que é um perfeito exemplo de como uma empresa moderna deve de agir perante o bem estar com os seus empregados e a sociedade que a rodeia e onde está inserida.
Pena que no nosso país este tipo de empresas com iniciativa, sejam as excepções à regra...
«Uma firma que oferece livros aos trabalhadores, promove idas ao teatro e organiza simpósios de escultura? Não, não se trata de um típico exemplo nórdico, mas apenas a original estratégia da DST, sediada em Braga.
"No início, achavam-nos meio esotéricos", confessa o administrador da Domingos Silva Teixeira (DST), José Teixeira. A estranheza inicial não tardou a ser assimilada tanto por trabalhadores como pelos clientes e, hoje, admite o responsável, "a nossa aposta na cultura é estratégica, um dos pilares em que tem assentado o nosso crescimento". O prémio literário instituído há 14 anos foi a primeira iniciativa da empresa - que também opera nas áreas do ambiente, energias renováveis, indústria e montagem de negócios - no sector cultural.
Inicialmente dirigido apenas a autores do distrito de Braga, o concurso adquiriu dimensão nacional há três anos (distinguindo os escritores Nuno Júdice, Filomena Marona Beja e Gastão Cruz) e hoje atribui um prémio monetário no valor de 15 mil euros, superior, por exemplo, ao galardão da Associação Portuguesa de Escritores.»
«A ligação da DST à cultura estendeu-se com rapidez a outras áreas. Como mecenas, a firma patrocina o Theatro Circo e a Feira do Livro de Braga, entre outros eventos pontuais, mas é junto dos trabalhadores que o esforço de promoção da cultura assume contornos ainda mais definidos. A oferta de livros e litografias no dia de aniversário, a edição de uma revista interna de poesia e o aluguer de um camarote no teatro destinado aos funcionários são algumas das iniciativas realizadas, mas há ainda aulas de iôga e simpósios de escultura com artistas renomados, cujas obras vão ser adquiridas pela empresa e posteriormente oferecidas ao município de Braga.
"Os trabalhadores que lêem produzem mais. Tornam-se mais tolerantes e adquirem uma ampla visão do Mundo que acaba por reflectir-se no seu trabalho", defende José Teixeira, convicto de que "ser culto não é só ler os clássicos nem ver filmes suecos".
Para a aposta crescente da firma tem contribuído fortemente a adesão dos trabalhadores, cada vez mais receptivos às propostas de lazer que vão sendo organizadas.
Cerca de 750 mil euros anuais é quanto custa o investimento anual da DST nas artes. Uma aposta que o CEO considera "muito barata", em função do "retorno que conseguimos obter".
"Já perdi a conta ao número de contratos alcançados que se iniciaram com simples conversas sobre as nossas actividades culturais", revela o administrador da DST, eleita, no ano passado, pela Great Place to Work Institute Portugal, a melhor empresa de construção civil para trabalhar no país e uma das 20 melhores em todos os ramos de actividade.
A má imagem actual das empresas de construção junto da generalidade das pessoas é admitida sem dificuldade por José Teixeira, para quem "foram os próprios empresários que se puseram a jeito para que isso acontecesse". O sector encontra-se, no entanto, em mutação acelerada, pelo que o administrador acredita que as práticas associadas a um passado ainda recente têm os dias contados.
"Num mercado competitivo, a cultura é um factor positivo de diferenciação. O cliente está mais sofisticado. Já não se fazem negócios como antigamente e quem não apostar na responsabilidade social não tem hipóteses de sobreviver", diz.
A propagação da Lei do Mecenato - "tal como está, apenas interessa às grandes empresas", afirma - seria um passo importante para que o apoio à cultura fosse mais efectivo, acredita José Teixeira. O empresário enviou mesmo uma proposta de reformulação da lei ao Ministério da Cultura, que previa uma discriminação positiva das empresas que investem na cultura.
"Na prática, estas firmas teriam prioridade na concessão dos concursos públicos", afirma. A sugestão, enviada a António Pinto Ribeiro e à sua antecessora no cargo, Isabel Pires de Lima, aguarda ainda resposta.»
Sérgio Almeida, Jornal de Notícias, 2008-09-18
"No início, achavam-nos meio esotéricos", confessa o administrador da Domingos Silva Teixeira (DST), José Teixeira. A estranheza inicial não tardou a ser assimilada tanto por trabalhadores como pelos clientes e, hoje, admite o responsável, "a nossa aposta na cultura é estratégica, um dos pilares em que tem assentado o nosso crescimento". O prémio literário instituído há 14 anos foi a primeira iniciativa da empresa - que também opera nas áreas do ambiente, energias renováveis, indústria e montagem de negócios - no sector cultural.
Inicialmente dirigido apenas a autores do distrito de Braga, o concurso adquiriu dimensão nacional há três anos (distinguindo os escritores Nuno Júdice, Filomena Marona Beja e Gastão Cruz) e hoje atribui um prémio monetário no valor de 15 mil euros, superior, por exemplo, ao galardão da Associação Portuguesa de Escritores.»
«A ligação da DST à cultura estendeu-se com rapidez a outras áreas. Como mecenas, a firma patrocina o Theatro Circo e a Feira do Livro de Braga, entre outros eventos pontuais, mas é junto dos trabalhadores que o esforço de promoção da cultura assume contornos ainda mais definidos. A oferta de livros e litografias no dia de aniversário, a edição de uma revista interna de poesia e o aluguer de um camarote no teatro destinado aos funcionários são algumas das iniciativas realizadas, mas há ainda aulas de iôga e simpósios de escultura com artistas renomados, cujas obras vão ser adquiridas pela empresa e posteriormente oferecidas ao município de Braga.
"Os trabalhadores que lêem produzem mais. Tornam-se mais tolerantes e adquirem uma ampla visão do Mundo que acaba por reflectir-se no seu trabalho", defende José Teixeira, convicto de que "ser culto não é só ler os clássicos nem ver filmes suecos".
Para a aposta crescente da firma tem contribuído fortemente a adesão dos trabalhadores, cada vez mais receptivos às propostas de lazer que vão sendo organizadas.
Cerca de 750 mil euros anuais é quanto custa o investimento anual da DST nas artes. Uma aposta que o CEO considera "muito barata", em função do "retorno que conseguimos obter".
"Já perdi a conta ao número de contratos alcançados que se iniciaram com simples conversas sobre as nossas actividades culturais", revela o administrador da DST, eleita, no ano passado, pela Great Place to Work Institute Portugal, a melhor empresa de construção civil para trabalhar no país e uma das 20 melhores em todos os ramos de actividade.
A má imagem actual das empresas de construção junto da generalidade das pessoas é admitida sem dificuldade por José Teixeira, para quem "foram os próprios empresários que se puseram a jeito para que isso acontecesse". O sector encontra-se, no entanto, em mutação acelerada, pelo que o administrador acredita que as práticas associadas a um passado ainda recente têm os dias contados.
"Num mercado competitivo, a cultura é um factor positivo de diferenciação. O cliente está mais sofisticado. Já não se fazem negócios como antigamente e quem não apostar na responsabilidade social não tem hipóteses de sobreviver", diz.
A propagação da Lei do Mecenato - "tal como está, apenas interessa às grandes empresas", afirma - seria um passo importante para que o apoio à cultura fosse mais efectivo, acredita José Teixeira. O empresário enviou mesmo uma proposta de reformulação da lei ao Ministério da Cultura, que previa uma discriminação positiva das empresas que investem na cultura.
"Na prática, estas firmas teriam prioridade na concessão dos concursos públicos", afirma. A sugestão, enviada a António Pinto Ribeiro e à sua antecessora no cargo, Isabel Pires de Lima, aguarda ainda resposta.»
Sérgio Almeida, Jornal de Notícias, 2008-09-18
4 comentários:
Parece-me uma magnifica ideia.
Eh pá, estou atordoado com esta novidade! :D
Em Portugal são raras as empresas que apostam na cultura, pois a maioria dos nossos empresários não tem nenhuma visão estratégica da sociedade.
Amigo, como sabes sou bibliotecária... adoro saber estas "novidades".
Obrigado pela notícia e os meus sinceros parabéns à DST...
KISS KISS
Agora era bom que também muitos dirigentes e políticos tivessem a mesma sapiência.
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