Boas tardes amigos(as), como devem de saber (ou não), eu sou do concelho de Sintra, vivo nessa zona desde que nasci e tenho uma ligação muito forte a Sintra.
Sintra é um concelho, enorme, cheio de contrastes e infelizmente com muitos problemas sociais e urbanísticos, mas que em compensação é um concelho cheio de história, tradição e lendas, carregado de misticismo e mistério.
Uma das maiores influências históricas em Sintra é a Árabe.
Os Árabes, ocuparam a Península Ibérica em 711 D. C. e ocupam Sintra em 713 D.C., sendo expulsos em 1147 D. C., quando da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques com a ajuda dos Cruzados.
É natural que 434 anos de ocupação, deixam um legado e influência muito grande na história de Sintra.
É sobre um desses aspectos do legado Árabe que vou falar, a Toponímia!
Os linguistas consideram existirem três classe de topónimos árabes que de diferentes modos entraram na Língua Portuguesa. Assim, para Sintra temos:
Topónimos de origem árabe (aqueles que possuem raiz árabe e que permaneceram com pequenas alterações desse radical):
Albarraque (Albarrak = "o brilhante" ou, para outros autores al-barraque, plural de al-barca = "solo duro");
Alcainça (al-kaniça = "a igreja");
Alcoruim ou Alcorvim (al-cairuáne = "o caimão");
Alfaquiques (alfaqueques, cargo muçulmano que designava o indivíduo que resgatava prisioneiros );
Alfouvar ( al-fauwara = "o bolhão");
Algueirão (al-guerame = "a gruta");
Almargem ( al-marge = "o prado");
Arrabalde (arabáde = "os subúrbios" );
Assafora (assahra = "Campina")
Azenha (aççania, isto é, "a nora");
Azoia (az-zavia = "o mosteiro");
Cacém (cacéme = "o que divide" );
Moçaravia (muçtarabe = "aquele que se tornou árabe");
Queluz ( qá-luz = "vale da amendoeira");
Mucifal ( maçfal = "o lugar que está em baixo");
Massamá (maçama = "o que está alto");
Meleças ( meliça = "o vazio");
Almoçageme (al-mesjide = "a mesquita")
Topónimos híbridos (resultantes da associação de dois topónimos, um árabe e um latino):
Alcolombal (da junção do artigo árabe "al" com a palavra latina "columbare", que significa pombal),
Alcobela ( do árabe "al- quibba" mais o sufixo "ela" ),
Almoster (o artigo "al" mais o termo latino " monasterium", que significa mosteiro).
Topónimos arábicos modernos (de raiz desconhecida, mas facilmente identificáveis com a etimologia árabe): Abonemar, Aljabafaria, Almornos, Almosquer, Alparrel, Alpoletim, Alvegas, Asfamil, Bogalho, Calaferrim, (o mesmo que Canaferrim, que daria mais tarde Penaferrim - S. Pedro de Penaferrim), Galamares, Mafarros (ou Nafarros), Magoito, Meleças, etc.
Ibne Abde Al – Mumine Al – Himiari
5 comentários:
Deixo também uma pequena descrição de Sintra... mais modernaça:
Linha de Sintra, onde os asmáticos pioram, os condutores desesperam e os africanos abundam. O seu clima é doentio e as pessoas padecem de alergias respiratórias. A região de Sintra é uma das regiões onde os africanos são mais abundantes. Na linha de Sintra crescem delinquentes selvagens.
eheheheh... ah... a minha imaginação fértil...
Beijinhos priminho deliquente. (Estou à espera do dia que optes por não publicar os meus comentários)
Angiestrumpf
Boa!
Espectacular post.
É curioso que Cacém signifique o que divide, pois essa divisão é feita justamente pela ribeira das Jardas, conhecida antigamente pela sua Aqua Alba, fazendo exactamente com que as actuais freguesias que contém os respectivos nomes sejam para grande parte dos habitantes locais indissociáveis.
Bastante interessante esta informação. :)
O substrato árabe é indissociável da cultura portuguesa.
Em Alfouvar o Bolhão (grande nascente de água) que deu nome ao lugar ainda existe, no entnato agora já não brota tam grande quantidade de água.
A minha avó viveu em algouvar e contava várias histórias sobre o Al-fauwara
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