quinta-feira, junho 14, 2007

"E se eu gostasse muito de morrer"

“E se eu gostasse muito de morrer”,

Este livro foi escrito por Rui Cardoso Martins (n. 1967). Rui Cardoso Martins é jornalista, tem uma coluna no jornal “Público” e para além disso tem no seu currículo como argumentista das “Produções Fictícias” textos do programa satírico “Contra – Informação”; a autoria do guião do filme “Zona J”, realizado por Leonel Vieira e também a autoria de textos para a “Conversa da treta” representada por António Feio e José Pedro Gomes, foi igualmente co-autor da série “Sociedade Anónima”. Com este currículo todo era natural que escrevesse um livro e foi isso que fez.

A acção deste livro, passa-se numa cidade do Alentejo, cujo nome nunca é mencionado no texto mas depreende-se que seja em Portalegre, devido a várias pistas dadas pelo autor no decorrer do texto. Para além de ser passado no Alentejo, passa-se também na actualidade, porque as personagens têm telemóvel, Internet, coisas que fazem parte da nossa vida actual e sem as quais a maioria de nós não vive tal como as personagens deste livro.

O autor pegou na temática do suicídio, que tal como ele referencia em epígrafe no livro é mais incidente nesta zona do país do que no restante e a partir daí desenvolve uma história ou talvez várias histórias com elementos comuns em que os personagens e o espaço da cidade e arredores interagem entre si, criando um encadeamento perfeito.

A personagem principal deste livro, é um jovem cujo nome verdadeiro nunca é mencionado mas sim as suas alcunhas, sendo a mais utilizada e pela qual é conhecido no livro, a de “Cruzeta”.

“Cruzeta”, é um jovem que tal como os jovens de hoje, vive o seu dia a dia, atribulado e com várias dúvidas sobre si próprio e sobre o sentido da sua vida. Condicionado à pequenez das cidades de província, nomeadamente no Alentejo, cuja vida monótona e agarrada às tradições, limita a sua existência e a dos seus amigos.

O autor, para alem do “Cruzeta”, cria uma série de personagens, uns amigos dele, outras simples pessoas da terra, cujas histórias mostram bem o arquétipo das pessoas e da vida de província, com todos os seus vícios, hipocrisias, bondades e maldades, acontecimentos bons ou maus que moldam a personalidade das gentes do nosso país.

Essas personagens, tais como: o “Carloto” com a sua camisa às cornucópias, o “Zeca” com o seu amor/ódio ao pai, o “Chico” que foi forçado a deixar a escola para trabalhar com o pai no monte e que também tem importância para o desenvolvimento da narrativa, e outros mais que tal como foi referido atrás com as suas histórias e episódios de vida, contribuem para a construção e interligação da narrativa.

Umas das partes mais importantes a meu ver deste livro, é a parte em que se narra o massacre de “Wiryamu”, em que o exército português massacrou uma aldeia de cerca de 400 pessoas em Moçambique durante a guerra colonial e a participação do bispo da cidade nesse acontecimento, que vai dar seguimento a outra parte “deliciosa” do livro em que o “Cruzeta” tem uma conversa/confissão na casa do bispo, em que o autor expõe muito bem a dualidade das pessoas, na figura do bispo, “…sabe o que é estar anos a fio, desde jovem sacerdote, entre duas frentes de batalha, entre a brutalidade da tropa e dos guerrilheiros…”, e a crítica à actuação da igreja e aos ideais e falta de conhecimento das gerações mais novas sobre esse período da nossa história contemporânea.

“Rui Cardoso Martins”, vai igualmente utilizar o seu livro para falar da nossa actualidade, desde os incêndios, a sinistralidade automóvel em Portugal, aos terroristas e bombistas suicidas de Londres, Madrid e “…mais tarde ou mais cedo em Lisboa…”, a Internet com todas as suas coisas boas e más, desde “chats” onde se pode combinar suicídios, formas para se suicidar e até mesmo pessoas que se oferecem para “suicidar” outras, até à “…fome pelo conhecimento verdadeiro…”

O autor faz também referências culturais na obra, desde a inserção de excertos de poemas de “José Régio”, à discussão de obras de “Dostoievski” tais como “Crime e Castigo” que abarcam a temática da morte. Outra forma original que o autor encontrou para o encadeamento dos episódios, é a inserção de “recortes de jornal”, notícias de suicídios tal como a da jovem e da idosa que se suicidam no mesmo dia à mesma hora mas em partes diferentes da cidade, “epitáfios” nas campas, “cartas”, “minutas” etc.

O final da história é de uma surpresa e concepção fantástica, que deixa em aberto muita coisa… “Não perca o próximo episódio”

Este livro a meu ver está muito bem conseguido, de uma genialidade simples, de fácil leitura mas que faz uma crítica intensa ao nosso pequeno Portugal, com tudo o que tem de mau e de bom, tal como o “Que diz Molero” de “Diniz Machado” (cujos traços se podem observar também neste livro) na altura, este livro foi uma “lufada de ar fresco” na literatura Portuguesa dos últimos anos.

Recomendo a todos a sua leitura.

domingo, abril 08, 2007

Telenovelas

Hoje venho apresentar uma dúvida que me tem atormentado à uns dias.
Todos nós sabemos que desde o advento da televisão privada em Portugal, tem havido uma proliferação de telenovelas nacionais. O que para mim até é bom, porque infelizmente neste país, quem quer viver da representação, tem de trabalhar na televisão e fazer telenovelas, porque o teatro e o cinema não dão para o sustento. Apesar disso, até têm surgido actores e actoras, com algum talento, mas também outros que nem por isso mas enfim...
Mas a dúvida que venho colocar, é a seguinte:
Actualmente, na TVI está a passar uma telenovela em que a acção da história se passa nos Açores, na ilha de São Miguel, o que também acho muito bem, porque é uma ilha bem linda e aliás, todas elas o são e merecem ser divulgadas, mas o problema é que ninguem fala com sotaque dos Açores???
Eu vivi dois anos e uns meses nos Açores, mais propriamente na cidade da Horta, ilha do Faial (este ano vou lá passar uma semana de férias) e sei, de experiencia própria, que as pessoas dos Açores, têm vários sotaques, conforme a ilha ou até mesmo a região da ilha, visto haver ilhas com vários sotaques e acho graça nessa telenovela ninguem ter sotaque, nem parece que "estamos" nos Açores, mais! Até uma telenovela que passou à algum tempo que era passada no Porto, também ninguem tinha sotaque.
Já que fazem tantas telenovelas, para vender e fazer guerra de audiencias, ao menos sejam minimamente realistas e tomem atenção a esses pormenores, basta ver os nossos "primos" do Brasil, cuja indústria de telenovela é um mundo dentro da televisão, que quando faz uma passada por exemplo na Bahia, pôe toda a gente a representar com sotaque dessa região.
Eu sei que podem ser pormenores sem importancia, mas ao menos sejamos realistas e verdadeiros.
Boa noite
Pipas

quinta-feira, abril 05, 2007

"Nossa Senhora de Paris"

Boa noite, tal como prometido, hoje vou falar sobre o livro que entretanto já acabei de ler. Esse livro como referenciei no último post, é o "Nossa Senhora de Paris" de Victor Hugo, um dos maiores escritores de todos os tempos.
Este romance, talvez seja mais conhecido por outro nome, pelo qual estamos mais familiarizados através das produções da Disney, que fizeram uma adaptação para animação desta história e a que deram o nome de "O Corcunda de Notre Dame". Exacto, é a história de Quasímodo e dos amores que a bela cigana "Esmeralda" provoca nele e em "Claudio Frollo", arcediago (padre), (da igreja de "Notre Dame"), seu protector. Amor esse não correspondido, visto Esmeralda estar apaixonada por Febo, jovem oficial da guarda.
Esta é a história desse triangulo amoroso e das suas desventuras, em que há um encandeamento e uma espiral na história das várias personagens que como ao bom estilo romãntico em que Victor Hugo está enquadrado, acaba sempre em tragédia.
Mais não digo sobre a história...
Este livro, tem como particularidade, a sua estrutura, visto que Victor Hugo, não tem uma narrativa corrida, coesa, intervalando os acontecimentos do romance, com descrições históricas e sociais da Paris de 1500 e comparando-a à da sua época. Além da descrição da Paris do fim da época medieval, Victor Hugo também descreve e aí talvez entre o verdadeiro protagonista desta história que é a catedral de "Nossa Senhora de Paris" e a arquitectura gótica. Victor Hugo descreve com enorme exactidão e pormenor toda a arquitectura, escultura, etc. relativa à catedral e restante arquitectura de Paris.
É um livro grande, a edição que li tem mais de 500 páginas, por vezes um pouco monótono para quem não esteja interessado nas descrições históricas, sociais e arquitectónicas, que intervalam a acção das personagens, mas por outro lado quem se interessa por essas coisas (como é o meu caso), o livro é fantástico e muito bem escrito e entusiasmante, apesar do seu tamanho.
A meu ver é um livro que para quem se interesse por história ou história de arte, de indispensável leitura.
Boa noite
Pipas

terça-feira, abril 03, 2007

Musica on-line

Hoje ao ler o jornal, descubro com grande satisfação que a EMI, uma das maiores editoras mundiais, mais a Apple, que todos nós sabemos quem é, (mas na eventualidade de alguem não saber, aqui fica, são fabricantes de computadores e criadores do famoso ipod, leitor de audio digital, o vulgo mp3), vão colocar músicas à venda no itunes, (loja virtual de venda de música on-line), sem estarem protegidas por DRM (digital rights management), o que vai permitir que as músicas possam ser descarregadas em qualquer suporte digital que leia mp3, tal como outros leitores que não o ipod (que é o meu caso particular), cd´s, numero ilimitado de computadores, etc. . As musicas com DRM, só podem ler lidas nos ipod's e descarregadas para um número limite de cinco computadores. A EMI e a Apple, estão em conversações mas uma coisa é certa as músicas sem DRM, terão uma qualidade superior, mas também serão mais caras, dos habituais 0,99euros, serão 1,29euros. Apesar de serem mais caras, acho é um importante passo para a liberalização da venda de música on-line e combate à pirataria, para quando o mesmo passo das outras grandes editoras mundiais, aguardaremos com expectativa.

Outro assunto, estou a acabar de ler um livro, um clássico (talvez poderemos chamar-lhe assim) do Victor Hugo, esse grande escritor. O livro é a "Nossa Senhora de Paris" e como não poderia deixar de ser, não tenho nada a apontar, fica prometido depois de acabar de ler uma opinião alargada sobre o mesmo.
Por fim vou deixar-vos mais um video, este de umas senhoras que tinham um grupo com o nome de "Shakespear Sisters" e que não sei porque, gosto particularmente desta música "Stay" e respectivo vídeo.
Boa noite, abraço
Pipas




segunda-feira, abril 02, 2007

"Frases"

Hoje ao ler o jornal, descobri estas duas frases, que achei deveras interessantes:

"Somos um povo que vive de mesquinharia, da pequena inveja, de chico-espertice, do "não vá o gajo ficar-se a rir de mim"".
Carla Machado in Público

"Quando as elites acham que o povo é um bocado estúpido, até que ponto são elas sinceramente democráticas?"
Pedro Magalhães in Público


Na minha opinião, são duas frases que muito resumidamente e concisamente, descrevem o nosso modo de estar e pensar, neste pequeno rectângulo à beira-mar plantado, deixo à vossa consideração.
Boa noite
Pipas

sexta-feira, março 30, 2007

Freak on a Leash

Já que hoje estamos numa de vídeos e musica aqui fica outra proposta, os Korn com a Amy Lee dos Evenescence, numa versão acústica do Freak on a Leash, a fazer de banda sonora ao episódio III da saga STAR WARS, muito bom.
Pipas

Shakira ft. Beyonce

Não sou muito apreciador da musica delas, mas sou mesmo muito, muito, muito apreciador delas... eheheheh
Fica aqui o video da Shakira e Beyonce "Beautiful Liar", disfrutem...

Daniel Faria II

Sou mesmo despistado, então ontem faço o post sobre o Daniel Faria, "farto-me" de falar sobre ele e a sua obra e não ponho nenhum poema para vocês apreciarem!
Têm de me dar desconto já era tarde e estava cheio de sono... Aqui fica um, espero que gostem
Pipas

DO LIVRO DAS MEDITAÇÕES 3

Que a mão escreva tão exacta a necessária travessia
Que a mão escreva em si mesma esse dever de fruto que cresce
Esse sumo que a escrita bebe para saciar quem lê

Mesmo se nada lhe vem ao pensamento quando lhe apetece escrever nos vidros
Que a mão escreva na língua o que a língua há-de cantar
Que ela escreva no interior da boca
A transparência de quem dá a mão à mão de quem conduz

Escreva como um archote no caminho de quem não encontra
Escreva como quem arruma a luz no quarto antes de sair
Com a caligrafia demorada de uma planta em crescimento
Que ela escreva no caule de cada rebento

O grito novo

quinta-feira, março 29, 2007

"Daniel Faria"

Vou-lhes falar sobre um poeta Português, que infelizmente já não se encontra entre nós, Daniel Faria.
Daniel Faria, nascido em Baltar, freguesia de Paredes, a 10 de Abril de 1971.
Estudou Teologia na Universida Católica Portuguesa no Porto e licenciou-se em Estudos Portugueses na faculdade de Letras da Universidade do Porto. Durante esse periodo, ganha o gosto pela poesia e expressão poética, é também durante esse periodo que a opção de seguir a vida monástica ganhava força. Esteve ligado à paróquia de Santa Marinha de Fornos, Marco de Canaveses, onde demonstrou os seus dotes e sensibilidade artística com as encenções de: "As Artimanhas de Scapan" e o "Auto da Barca do Inferno", mesmo com os parcos recursos que tinha para encenar as mesmas.
Infelizmente faleceu a 9 de junho de 1999, com 28 anos.
Deixou uma obra lindíssima, com uma sensibilidade extrema e espiritual. Mais uma vez, neste país que prefere "Big Brothers" e "Códigos Da Vinci", a sua obra é pouco conhecida e divulgada.
Tem oito livros editados e uma compilação que reune seis desses oito livros.

1991 Uma Cidade com Muralha
1992 Oxálida
1993 A Casa dos Ceifeiros
1998 Explicação das Árvores e de Outros Animais
1998 Homens que são como Lugares mal Situados
1999 A vida e conversão de Frei Agostinho: entre a aprendizagem e o ensino da Cruz
2000 Dos Líquidos
2000 Legenda para uma casa habitada
2006 Poesia (2ª edição) Quasi

Deixo como sugestão a leitura da obra de Daniel Faria, verão que não se arrependerão e façam também a sua divulgação.
Tal como escreveu Fernando Pessoa quando Mário de Sá - Carneiro se suicidou: "Morrem jovens os que os Deuses amam, é um preceito da sabedoria antiga...E é na juventude, quando neles desabrocha a flor fatal e única, que começam a sua morte vivida." (Fernando Pessoa "In memoriam"), é uma pena estes génios desaparecerem tão cedo e só serem reconhecidos após a sua morte.
Boa noite
Abraço Pipas

Afinal ainda há juízo!

Num anterior post, onde falei sobre o concurso "Os Grandes Portugueses" e a respectiva vitória de Salazar, mencionei também o caso da votação para a associação de estudantes da faculdade de letras de Lisboa, onde uma delas era "apoiada" pela extrema-direita. Já foram realizadas as eleições, onde votaram quase mil alunos, mais de o dobro do que nas anteriores e o resultado não podia ser senão o esperado: A lista afecta à Juventude Nacionalista e ao Movimento Frente Nacional, apenas teve 81 votos, contra 818 da outra lista.
Acho que o resultado é expressivo e que a juventude e os estudantes não se deixam levar por "tretas".
No seguimento deste tema, o Partido Nacional Renovador (PNR), colocou outdoors, contra a imigração, como se fosse ela a causa de todos os males... Gostaria de ver os dirigentes do PNR a "acartarem baldes de massa" na contrução civil ou as esposas desses senhores a lavarem escadas nos prédios... Temos de ser realistas a imigração é necessária, apenas sou da opinião que é mal controlada e gerida.
Pipas

quarta-feira, março 28, 2007

KILL YOUR GOD - Leirum the unknown artist

Boa noite, hoje não venho falar sobre nenhum assunto da actualidade política ou social.
Hoje venho deixar aqui uma pequena apresentação de uns trabalhos fantásticos de uma amiga minha. Ela tem um talento enorme e esta é a minha pequena contribuição para a divulgação desses trabalhos. Espero que gostem.
Caso queiram mais informações contactem-me
Pipas


terça-feira, março 27, 2007

Afinal para onde vamos?

Ora então boa noite.
Hoje venho falar sobre duas coisas que estão ligadas entre si. Como não poderia deixar de ser, uma delas é esse "fabuloso" concurso, chamemos-lhe assim realizado pela nossa televisão de serviço público a R.T.P. que foi o "Grandes Portugueses".
Como todos sabemos, este "concurso", cópia ou quase do que a BBC inglesa criou, veio colocar várias questões sobre nós próprios, sobre a nossa identidade e cultura. Após vários meses de nomeados e excluidos, tal como um bom "Big Brother", lá ficaram os últimos dez finalistas. Lista curiosa mas homogénea que abrangia vários aspectos e épocas sociais, culturais, históricas e políticas da nossa história. Tivemos reis, poetas, políticos, filantropos e navegadores a concorrer. Até aí tudo bem ou não, (mas como não vou falar sobre a estrutura do programa ou se concordava com ele ou não, fiquemos por aqui), o pior foi quando começou a "luta" para ver qual era o maior dos maiores. Cada um dos finalistas teve direito a um "advogado de defesa", documetário sobre a sua vida e obra (talvez um dos poucos aspectos positivos do programa, apesar de algumas lacunas e parcialidade, tal como era de esperar) e uma série de debates em que se argumentava a favor ou contra os nomeados, debates esses que por vezes foram autênticas "peixeiradas", mais uma vez com falta de rigor histórico, muita parcialidade e uma infeliz campanha publicitária, com uns outdoors no minimo aberrantes em que colocavam questões e contradições de pôr as mãos na cabeça, onde por exemplo e este é um dos mais inacreditáveis, que coloca o Vasco da Gama como um corsário a soldo do rei, enfim sem comentários.
Mas até aqui pronto compreende-se (pouco), faz parte do "show business". Agora para mim, o mais terrível desta situação toda foi o resultado da votação!!!!
Meus amigos(as) como é possível em pleno séc XXI, dar a "vitória" a uma pessoa como o Salazar!!!!
Isto para mim é estranhíssimo, um país onde há escassos 32 anos, sai de uma ditadura de 40 anos, com opressão, repressão, censura, policias políticas, prisões políticas, enfim tudo aquilo de mau que o fascismo pode trazer, vai eleger para melhor português a pessoa que pôs tudo isso em práctica. Eu pessoalmente não vivi o fascismo, nasci em 1976, mas do que sei e percebo, e não é preciso ser muito inteligente para ver isso, o fascismo não trouxe, nem nunca trará nada de bom a nenhum país. Espero e quase tenho a certeza, visto esta votação não se basear em nenhuma sondagem científica mas sim numa votação voluntária, que de certeza mobilizou os apoiantes da causa do fascismo, que esta não seja a opinião da maioria dos portugueses, mas sim como disse anteriormente, obra de apoiantes organizados, porque se este for o caminho em que estamos de novo a seguir, é muito mau para todos nós e iremos sofrer as consequencias disso. Isto leva-nos a outro acontecimento que está ligado ao mesmo assunto.
Na universidade de letras de Lisboa está a decorrer as eleições para a associação de estudantes, até aí nada de anormal, o anormal é uma das listas concorrentes, ser apoiada e ter elementos de um partido com ligações à extrema-direita portuguesa. Isto é que me preocupa, são estas movimentações junto aos mais jovens, que tal como eu não viveram no fascismo, mas que não têm a percepção do que o fascismo é na realidade, para os tentar convencer a apoiar a causa deles. As teorias dos fascistas, são e serão sempre as mesmas tanto nos anos 20/30 do sec. XX, tal como agora no princípio do séc. XXI, a insegurança, a falta de trabalho, os emigrantes, etc. toda essa ladainha que já conhecemos e que infelizmente ainda consegue convencer muita gente. Sejemos realistas, as medidas que eles apregoam não servem para nada, não resolvem nada, são medidas cobardes e sem nexo, argumentos de gente preguiçosa e sem inteligencia para melhorar as situações, sem ser a pôr a culpa nos outros. Por isso não se deixem enganar, sim há problemas sérios em Portugal, ainda por cima temos um governo que só tira dos pobres e dá aos ricos, mas tudo se resolve tem de haver é inteligencia e perspicácia para isso, sem usar a repressão, a violência e tudo o que de mau está agregado ao fascismo.
Obrigado por "aturarem" este desabafo mas é como eu me sinto nesta altura.
Como normalmente, vou deixar aqui uma sugestão para "passar o tempo", aconselho-vos um filme de 2004, que se chama "Hotel Ruanda"
Este filme, baseado numa história verídica, retrata a coragem de um Homem, Paul Rusesabagina, gerente de um hotel, em kigali, capital do Ruanda que durante o genocídio em 1994 conseguiu salvar mais de 1200 pessoas da etnia Tutsi, sendo ele da etnia rival Hutu, causadora do massacre. Uma história de coragem e também de amor ao próximo, num acontecimento que envergonha a comunidade internacional que permitiu que quase um milhão de pessoas fossem violentamente assassinadas. O filme em si está muito bem realizado, em que o actor que faz de Paul Rusesabagina, Don Cheadle, faz um trabalho soberbo. Aconselho a verem este filme e a pensarem na mensagem que ele deixa. Por hoje está tudo, obrigado por me aturarem.
Pipas

sábado, março 17, 2007

A igreja do séc XXI ???

Quero falar sobre um assunto um bocado melindroso, porque mexe com a religião, mais propriamente com a católica. Como todos sabemos, com a morte do Papa João Paulo II, foi eleito o seu secretário o cardeal Ratzinger, o novo Papa Bento XVI.
Na minha opinião a igreja católica, já não muito feliz em algumas ideias e opiniões sobre a vida e sociedade actual, ainda regrediu mais com a eleição desse senhor.
Ainda esta semana, o Papa Bento XVI, fez sair um documento, o Sacramentum Caritatis, (Sacramento da Caridade) onde pede para haver "sobriedade" na eucaristia e exorta uma série de medidas entre as quais a utilização de mais latim e gregoriano nas missas, reforça o celibato dos sacerdotes a exclusão de música(s) " que não respeitem o sentido da liturgia" (adeus padre Borga), que os fiéis têm de demonstrar actos públicos de fé, entre outras coisas já nossas conhecidas, o aborto, a utilização de preservativos, etc. . Depois de ver isto tudo, pergunto para mim mesmo: Mas afinal em que século é que estamos????
Num mundo onde tudo avança e evolui, desde a ciência nas suas inúmeras vertentes, à cultura, sociedade, artes, onde as mentalidades se abrem e se compreende cada vez mais o Homem, a igreja católica que tem como finalidade dar ajuda e apoio espiritual ao fiel nos momentos em que mais precisa, cada vez mais se parece com a igreja da idade média. Repressiva e antiquada, por este andar, não tarda, temos de volta a inquisição e os autos de fé. Penso que o sr. Papa Bento XVI, está ter umas atitudes e ideias retrógadas que nada se coadunam com o pensamento e ideias do século XXI, a igreja católica deveria fazer uma introspecção, abrir os olhos e a mente para a realidade actual. Provavelmente até ganharia mais fiéis e sacerdotes.
Não estou com isto a dizer que se deva acabar com a igreja católica ou com os padres, a religião é necessária mas tambêm tem de ser para servir o homem e não o homem servir a religião.

Antes de me ir embora, gostaria de fazer uma sugestão para passar o tempo.
Acabei de ler à pouco tempo um livro que a meu ver é fabuloso. Chama-se "Sangue do meu sangue" e é do Michael Cunningham, escritor Norte - Americano, galardoado com diversos prémios entres eles um Pullitzer e que tambêm escreveu "As Horas", que foi adaptado ao cinema e interpretado pela Nicole Kidman, Meryl Streep e Julianne Moore.
No livro em questão "Sangue do meu Sangue", Cunningham retrata três gerações de uma família, atravessando desde os anos cinquenta até 2035, expondo as suas alegrias, tristezas, conquistas, percas, etc. fazendo um retrato tambêm muito crítico e incisivo à sociedade norte-americana da última metade do século XX. Eu adorei o livro e recomendo-o a todos, fácil de ler e empolgante que nos prende à leitura do princípo até ao fim, recomendo igualmente todos os outros livros de Cunningham.
E com esta sugestão vou-me embora porque já se faz tarde e vamos aproveitar o sábado para dormir até mais tarde e descansar.
Um abraço a todos (as) e boa noite.
Pipas

sexta-feira, março 16, 2007

De volta

É pá ao tempo que não vinha cá!!!
Já nem me lembrava como se escrevia aqui no blog, espero que esteja tudo bem com vocês, a minha vida deu uma volta muito grande nestes últimos meses, (felizmente para melhor) por isso não tenho feito postagens.
Em principio, a partir de hoje virei cá com mais regularidade, fazer mais postagens sobre diversos temas, desde a nossa vida social à cultural, falar sobre livros e musica. Enfim quero deixar-vos a minha opinião e pontos de vista sobre a nossa vida aqui neste pequeno rectangulo à beira - mar plantado e gostava que tambêm deixassem a vossa.
Abraço Pipas.