São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
Um dos poemas mais lindos que eu conheço!
Do grande e saudoso Eugénio de Andrade, um pequeno "mimo" para quem lê este blog.
Fiquem bem
Pipas
quarta-feira, maio 21, 2008
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2 comentários:
Excelente poema. Gosto muito de Eugénio de Andrade.
tu és só miminhos
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