terça-feira, agosto 26, 2008

Incêndio do Chiado 20 anos



Fez hoje (dia 25) 20 anos desde que deflagrou o incêndio na zona do Chiado em Lisboa.
Na madrugada de 20 de Agosto de 1988, supostamente devido a um curto circuito nos Armazéns Grandela, deflagrou o maior incêndio dos últimos tempos na cidade de Lisboa.
Como todos sabemos e assistimos, (tinha 12 anos quando foi o incêndio), toda essa zona, ficou arrasada, todos os edifícios arderam, destruindo por completo tudo o que lá havia, deixando apenas as fachadas dos edifícios de pé.
Como em todas as calamidades, o fogo destruiu em poucas horas o que o Homem demorou anos a construir.
Este incêndio, para além da destruição material, causou infelizmente um morto, um dos cerca de dois mil bombeiros e polícias que combateram as chamas durante oito horas e vários feridos.
Uma das más situações apontadas que dificultaram o combate do incêndio, foi que na altura a Rua do Carmo estava fechada ao transito e tinha umas floreiras enormes com arvores no meio da via, o que impossibilitou que os bombeiros conseguissem levar as viaturas de combate de incêndios até perto do mesmo.
Devido ao incêndio centenas de pessoas ficaram sem empregos e as que lá habitavam ficaram desalojadas, criando situações sociais muito graves a essas famílias.
Felizmente, apesar da lentidão, toda essa zona foi recuperada, sendo esse trabalho entregue ao melhor arquitecto português da actualidade, Siza Viera, que fez um trabalho esplêndido, conseguindo recuperar as fachadas dos edifícios e integrá-las nas partes novas dos mesmos, criando uma nova dinâmica para o Chiado.
Actualmente o Chiado é uma das melhores zonas da cidade de Lisboa.
Mas...
Como estamos em Portugal, pouco ou nada se aprendeu com este incêndio.
Continua a existir por esse país fora, autênticos atentados urbanísticos, que não prezam a segurança e bem estar das pessoas e dos bens pertencentes a elas.
As autarquias têm de tomar uma acção mais dura e séria em relação a este assunto do ordenamento, porque senão qualquer dia arde mais algum bairro algures e poderá acontecer que em vez de um morto sejam muitos mais.
Pensem nisto.
Pipas
P.S. Uma nota particular, foi neste dia que a minha mãe deu entrada na maternidade para "dar à luz" dois dias depois o meu irmão mais novo.

7 comentários:

Anónimo disse...

Uma das vantagens de ter a idade que tenho: Ainda sou do tempo em que...
1 - Fiz muitas compras no Chiado
2 - Fiz muitas compras no Grandela
3 - Lembro-me perfeitamente desse dia. Eu trabalhava na Rua da Madalena (trabalho infantil... LOL) e ouvia os rebentamentos das botijas de gás.
E lembro-me perfeitamente do Abecassis (O Sr. que teve a ideia de enfeitar aquela zona com as tais floreiras. Era muito parecido com o meu padrasto, lembras?).
Ainda bem que foi só um incêndio no Chiado... 20 anos para recuperar? Os alemães estavam lixados se tivessem demorado 20 anos a reconstruir o país.
Beijos da tua querida prima :)
Angie

- disse...

a minha amada lisboa é uma pilha à espera de ser ateada...e entristece-me a alma...

Brown Eyes disse...

Foi de facto um dia que também ficou na minha memória, não só porque foi nos Armazéns do Chiado que a minha mãe comprou a minha primeira Árvore de Natal, como também o próprio cenário dantesco de desordem e impressionante que muito me marcou.Lembro-me de ouvir na rádio os relatos "Lisboa está a arder" e de como tudo isso me impressionou.
Sem dúvida que a requalificação da zona circundante foi muito bem entregue, contudo continuo a achar que persistem problemas estruturais nalgumas zonas de Lisboa que deveriam ser verificados, a fim de se evitar a repetição de um cenário semelhante.

aespumadosdias disse...

O Siza Vieira fez 1 magnífico trabalho mas o comércio já não é o mesmo. Dava gosto lá ir.

Adelaide Bernardo disse...

Também eu tenho bem presente na memória este dia, até porque 4 dias antes fui aos Armazéns com a minha mãe comprar tecidos.
Agora quando lá vou é sobretudo à FNAC.
é o progresso... ou não ...

J. Maldonado disse...

Foi uma tragédia de proporções dantescas... :(
A reconstrução de Siza Vieira foi brilhante, pois manteve praticamente o traçado original.

Unknown disse...

Lembro-me deste dia como se fosse ontem. Estava na praia da Trafaria - quando ainda havia praia - e via o fumo a espalhar-se pela cidade inteira e a passar o rio.
Lembro-me igualmente que no dia a seguir morreu Carlos Paião...
Parabéns atrasados ao mano!!!!

BEIJOCAS